quinta-feira, 8 de novembro de 2012

***

Quando o silêncio se intromete nas perguntas geradas pela dor,
Há a grande resposta da vida.
Como uma lantana gera o néctar adorado pelos beija-flores ou
Uma amendoeira dá seu sumo azedo, ainda verde, a uma família
De morcegos. Só pode responder quem passou o tempo à
Observação.

Se ainda sem crer, me faz solver aos ínfimos e infinitos segredos
Através do óbvio explicado. Ainda assim,
Ainda assim faço-me e refaço-te a mesma inquisição.
Pois fabricam as maiores virtudes as menores dúvidas.

As formas da natureza, de uma pele corrugada de um crocodilo
Ao brilho de luz fornecido pela translucidez da folha ao sol,
Estão em meio à harmoniosa e inexata música fluídica do universo.

Respiro o mesmo ar que um cachalote suspira ao morrer arpoado,
Porém quando tento entender a razão simples da vida,
Só percebo a mim. Como um doente terminal recebe o derradeiro
Sopro de energia para resistir...
Sem sucesso.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Domingo




No chuveiro
A manhã cai sobre a cabeça
Nada sob os pés.
O ontem desce pelo ralo
A dar em um esgoto qualquer.
Restos de cerveja e sábado
São arrancados a sabonete.